Anna Marina
Anna Marina
ANNA MARINA

Sempre é bom relembrar das inúmeras viagens que fiz mundo afora

Conheço quase todos os países e quando falo que conheço é porque palmilhei suas ruas. Nas andanças, provei cerveja de cada um deles

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Maior inveja que tenho atualmente são de idosos que aparecem em reportagens contando como estão ótimos de vida e saúde. Passei minha vida escorando daqui e dali, já tive câncer duas vezes, tenho diabetes, já fui duas vezes à Itália consultar médicos e fazer tratamentos. E cheguei na idade em que estou com a menor vontade de trabalhar e também sem a menor vontade de ficar sem fazer nada. Com mais de 60 anos encarando uma máquina de escrever, quando não falo nada, acho que não vivi. Só tem um detalhe – a idade corta muitas alegrias da vida, que vou tentando substituir.


A memória atual está cada vez mais deficiente, na maioria das vezes costumo não lembrar o que fiz na véspera – ao me lembrar com todos os detalhes o que fiz há 20 anos. Arrumei uma deficiência para caminhar e não consigo, com isso, fazer o que mais adoro que é viajar. É bem verdade que já rodei o mundo, conheço quase todos os países e quando falo que conheço é porque palmilhei suas ruas, visitei seus monumentos, restaurantes e por aí vai. Atualmente, para andar de um lugar para o outro em minha casa, tenho sempre de ter alguém por perto, com medo de cair.

O que faz bem os dias em branco é relembrar o passado, as coisas que fiz, que vi, quem conheci. Tive um marido que combinava comigo nesse gosto para viagem. Era só acenar com um desejo para ele aderir. E nos lugares que íamos, além de pontos turísticos e monumentos, conhecíamos também bares e restaurantes, provei cerveja de todos os países – hoje a vida me cobra essa esbórnia, não consigo mais tomar dois copos, o que fazia antigamente com a maior calma.


E vinhos? Gostava tanto e falava tanto neles aqui que fui convidada por uma marca – já não me lembro qual – a fazer parte de um grupo de jornalistas convidados a visitar não só a plantação como a produção de vinhos. Como gosto muito de champagne, um dia desses provei na casa de um sobrinho um copo que inventaram que não deixa a bebida esquentar. Não deixa mesmo – foi feito para cerveja, mas, em sua casa, você pode usar com a bebida que quiser. Usei com champagne e funcionou muito bem.

Comida é outra provação, adoro os restaurantes franceses e italianos para comer as especialidades da casa. Hoje, já não como mais língua, por exemplo, que sempre gostei, ou uma massa com molho para tempero. Prefiro as coisas mais calmas, como um bom patê. E logo eu que tinha verdadeira mania de provar os pratos dos países onde ia. Os piores sempre foram os alemães, que não deixaram nunca nenhuma lembrança.

Recebo de vez em quando uma amostra de bebida, antigamente elas chegavam aos montes, atualmente são raros. Gostei muito do vinho Maria, do qual ganhei uma garrafa. E estou esperando a cerveja sem açúcar, que estão anunciando, ótima para quem tem diabetes e gosta muito de cerveja como eu. E estou tão noventona que já não conheço mais a maioria dos restaurantes da cidade. Em certo tempo, tinha mesa reservada para sábados e domingos.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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