Anna Marina
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SAÚDE

Vergonha e medo de julgamento pioram a enxaqueca

Muitos minimizam a dor por temer a incompreensão por parte das outras pessoas, principalmente no ambiente de trabalho

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De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 32 milhões de pessoas sofrem de enxaqueca apenas no Brasil. Falta de informação e tabus, como o medo e o preconceito, podem reduzir o acesso de pacientes ao tratamento adequado. Em média, o indivíduo demora 17,1 anos entre os primeiros sintomas e o consultório do especialista, informa artigo científico publicado no The Journal of Headache and Pain.

As pessoas confundem enxaqueca com dor de cabeça comum, sem saber que se trata de uma doença neurológica crônica e incapacitante, capaz de afetar atividades profissionais, sociais e familiares.

O neurologista Mário Peres, presidente da Associação Brasileira de Cefaleia em Salvas e Enxaqueca (Abraces), diz que as crises geralmente são frequentes e duradouras. O tratamento adequado é capaz de devolver às pessoas a possibilidade de retomar a produtividade.

Um dos mitos mais comuns sobre a doença é achar que os “gatilhos” são os principais responsáveis pelas crises, que podem ser evitadas com medidas preventivas. Estresse, certos alimentos, luz intensa, sono irregular, alterações hormonais e jejum prolongado favorecem o surgimento das crises, mas evitar esses fatores não é suficiente para eliminar novos episódios.

A enxaqueca é uma condição neurológica com base genética, cuja manifestação está relacionada a aspectos físicos, emocionais e ambientais. Por isso, o tratamento deve ser abrangente e multifatorial.

A doença é frequentemente reduzida a “apenas uma dor de cabeça”, com sintomas negligenciados pela falta de conhecimento de quem está próximo ao paciente. Quem sofre de enxaqueca convive com incômodos físicos enquanto lida com as atividades diárias e a percepção dos outros sobre a sua condição.

Muita gente minimiza a dor por medo do julgamento alheio, principalmente no ambiente de trabalho.

As pessoas com enxaqueca lidam com a culpa gerada pela associação da doença com problemas emocionais, como irritação, ansiedade ou nervosismo. O reforço a estereótipos aumenta a sensação de incompreensão, podendo causar isolamento durante as crises e a demora na procura por ajuda médica.

Enxaqueca é doença que não tem cura, mas tem controle, destaca Mário Peres.

“Os tratamentos garantem às pessoas qualidade de vida, redução de intensidade da dor e do intervalo entre as crises. O acompanhamento adequado garante o alívio dos sintomas e restaura a autoconfiança”, conclui o neurologista Mário Peres.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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