Anna Marina
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HÁBITOS E COSTUMES

Casas preparadas para o frio

No Canadá gelado, usamos ventilador para suportar o calor que fazia no quarto. Todos os compartimentos do imóvel eram aquecidos

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Nunca os dias correram tão rápidos quanto agora. Entraremos na metade do ano no final desta semana, época em que todos devem prestar contas ao Leão. Ao cidadão, só restam dois caminhos: pagar ou deixar correr. Conheço várias pessoas que deixam correr, porque conseguem, deixando de pagar nas formas da lei, novas possibilidades de se reabilitar em prestações mais em conta. É uma forma de vida que não me atrai, porque um dos meus traumas é só comprar o que posso pagar – à vista.

Se tem algo que dá despesa, é casa. Não há construção perfeita, pois todas “detonam” vez por outra, exigindo reparos. Canos que vazam, torneiras que pingam e perdem a rosca são arranjos pequenos. Mas e quando a chuva chega e a casa se enche de vazamentos? Encontrar quem conserte telhado é uma canseira.

Lá fora é tudo diferente. Certa vez, fui passar uma temporada na casa do sobrinho que mora no Canadá, país gelado. Quando chegamos e ele foi nos mostrar os quartos, pensei logo que iríamos morrer de frio. Os quartos ficavam no porão. Não quis reclamar, para não ser encrenquinha depois daqueles dois dias de viagem que gastamos para chegar.

A surpresa veio à noite, quando ele chegou com o ventilador “para espantar o calor”. Não entendi nada, mas resolvi enfrentar. Pois a noite foi mais quente do que o verão brasileiro. E de dia era muito agradável andar de pés no chão.

Acontece que a casa era toda aquecida, até os banheiros recebiam bem os pés descalços. O imóvel tinha três andares, escadas, cozinha, garagem. Não havia muro separador dos vizinhos, só muros verdes. Com o aquecimento da construção, é impossível pensar em muros de alvenaria.

Meu sobrinho nos mostrou o que fazia junto dos vizinhos: futebol de rua, na maior comodidade. Como a área era de muita neve no inverno, as ruas também recebiam aquecimento, dispensando sapatos especiais. Era possível praticar esportes ali.

Aqueles sapatos para áreas geladas só eram usados quando se transitava pelo centro da cidade. Mas eles podiam ser dispensados por quem ia à mercearia, porque o chão de lá também era aquecido. As bancas de verduras e frutas tinham o calor adequado, para manter tudo bem saudável – a maioria das frutas eram importadas, pois não cresciam bem nas terras geladas canadenses.

Numa das vezes em que fui à rua, fiquei no passeio. Por curiosidade, puxei um fio de papel do muro. Arrependi-me logo, e meu sobrinho me acalmou: “Não se preocupe, a casa é toda de papel. Esses tijolos da fachada foram pintados por mim e minha mulher”.

Como acreditei pouco e estava dormindo no porão, fui verificar como aquela casa foi construída. Encontrei ripas de madeira de uns 10 centímetros e folhas grossas, armadas... de papelão.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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