
Maio Cinza e o câncer cerebral
Diagnóstico precoce é importante porque há mais tratamentos disponíveis quando a doença está em estágio inicial. Especialista explica quais são os sintomas
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Mais uma cor para um mês. Sinceramente, acho que essa moda extrapolou o limite. São tantas cores que nem as pessoas nem a imprensa conseguem acompanhar e divulgar todas as campanhas de conscientização que foram e continuam sendo criadas.
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Mas algumas merecem destaque, como o Maio Cinza, dedicado ao combate ao câncer cerebral, uma das doenças mais letais entre os diversos tipos de tumor no Brasil. O objetivo é alertar a população sobre os sintomas, incentivar o diagnóstico precoce e valorizar o papel fundamental da medicina especializada no tratamento eficaz desses casos.
O professor Dr. Feres Chaddad, chefe na área de Neurocirurgia da Unifesp – onde, desde 2012, forma novos neurocirurgiões e coordena iniciativas de ensino e pesquisa –, destaca que os primeiros sinais de alerta são as dores de cabeça frequentes e persistentes, convulsões sem causa conhecida, alteração na visão, perda de memória e confusão.
“Os tumores cerebrais podem pressionar áreas críticas do cérebro, causando danos neurológicos permanentes. O diagnóstico precoce permite intervir antes que funções importantes, como fala, movimento, visão ou memória, sejam comprometidas de forma irreversível.”
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 321 mil pessoas são afetadas por câncer cerebral anualmente em todo o mundo. Desses casos, mais de 248 mil resultam em óbitos. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que cerca de 11 mil novos casos de tumores de sistema nervoso cerebral, a parte do sistema nervoso que inclui o encéfalo e a medula espinhal, são diagnosticados anualmente.
“Em estágios iniciais, há uma gama maior de tratamentos disponíveis, incluindo cirurgia menos invasiva, terapias focadas e até participação em ensaios clínicos. Em estágios avançados, o tratamento pode se limitar ao controle dos sintomas, como a cirurgia neuro-oncológica, radioterapia, quimioterapia, terapias alvo e imunoterapia, cuidados suplementares e reabilitação”, explica o neurocirurgião.
Ressaltando a importância da prevenção, a campanha Maio Cinza chama a atenção para a necessidade de aumentar a visibilidade do tema, o incentivo a mais investimentos em pesquisa para novos tratamentos e pressiona por melhores políticas de saúde, acesso a exames de imagem (como a ressonância magnética) e tratamento especializado pelo SUS.
As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.