x
Anna Marina*
Anna Marina*
FORÇA E FÉ

Nossa guerreira está de volta

Aos 90 anos, a jornalista Anna Marina exibe força e ânimo depois de passar várias semanas no hospital

Publicidade

Mais lidas

 

 

Todos nós passamos por períodos escuros na vida e o último mês de dezembro foi bastante pesado para nós. Para quem não sabe, Anna Marina e eu somos primas de primeiro grau. A mãe dela e meu pai eram praticamente irmãos. Trabalho com ela há 43 anos e essa proximidade gerou um amor profundo – digo, com verdade, que a considero minha segunda mãe. Nem sei dizer o quanto aprendi com ela tanto profissionalmente quanto na vida pessoal.

 

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

 


Desde que me entendo por gente, convivo com Anna, porque ela e minha mãe eram muito amigas e se viam muito. Como sou a rapa do tacho, ia a reboque para a casa da Anna, porque, criança, não podia ficar sozinha.

 

O casamento de Anna Marina e Cyro Siqueira foi uma cerimônia restrita na casa deles, coube a mim ler um trecho da Bíblia durante a cerimônia. Tinha cerca de 15 anos e fiquei muito lisonjeada, pois o pedido partiu deles.

 

 

Com o tempo, passei a acompanhá-la nas idas aos médicos, internações, cirurgias, enfim, em tudo o que diz respeito à sua saúde.


Todas as vezes que o médico pergunta algo, intrometo na conversa e complemento a resposta. Sempre recebo dela o mesmo comentário: “Quer saber mais da minha vida do que eu?”.

 

Nós nos damos bem porque não ligo para suas implicâncias e sei do jeito dela. O amor que sentimos uma pela outra é muito grande.

 

 

Anna sempre foi uma grande guerreira. Enfrentou dois cânceres e sobreviveu. Contra a recomendação dos médicos, parou com a quimioterapia, pois achou que morreria por causa dela.

 

Não teve medo da COVID, lidou com a pandemia com leveza, fazendo reformas em casa. “Se o câncer não me matou, o que é que tem morrer de COVID?”, dizia.


Anna Marina é provida de rara inteligência e cultura, acompanhadas de grande teimosia, característica agravada com o aumento da idade. Chegando aos 90 anos, é indicado andar com apoio da bengala, objeto que ela adquiriu em 2022, depois de cair e fraturar a vértebra L11, que deu um trabalhão para colar. Ela precisou de intervenção cirúrgica, com injeção de cimento viscoso.

 

 

Teimosa que é, encostava a bengala, achando que o fato de conhecer bem o ambiente doméstico a protegeria das quedas. Ledo engano.

 

Em maio do ano passado, caiu em casa, e o resultado foi outra fratura, dessa vez na L3. Meses de cama, colete, remédios para dor e nada. Novamente foi preciso injetar cimento viscoso. A dor continuou e, em novembro, foi necessária infiltração para tratar a inflamação no quadril.

 

Quando achamos que iria aprumar, Anna entrou em um declínio vertiginoso. Não conseguia se alimentar, enfraqueceu muito, parou de andar. Em dezembro, foi internada com infecção pulmonar por aspiração. Foram mais de 10 dias com fortes antibióticos, sem muito sucesso. Semanas internada, parou de falar, temíamos até o pior.

 

Mas a infecção cedeu, foi possível colocar a sonda gástrica, ela se recuperou de forma impressionante. Renasceu das cinzas como a fênix.

 

Teve alta, mesmo sem conseguir andar. Um mês depois, Anna Marina já caminha com ajuda do andador e se alimenta. Exibe força e ânimo suficientes para querer retomar o trabalho.


Então, leitores, continuaremos a dividir este espaço até sua recuperação total. Guerreira maior do que ela, ainda não conheci.

 

* Isabela Teixeira da Costa/ Interina

Tópicos relacionados:

anna-marina covid doenca

Acesse sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os passos para a recuperação de senha:

Faça a sua assinatura

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay